sexta-feira, 30 de maio de 2008

Invisível


Invisível, é assim que já começo a me sentir em Luanda. Isto tem um fator positivo, eu acredito que esteja integrando a paisagem da cidade, me sinto e sou tratada como tal.

Vou a praia sozinha, ando pela cidade, pego os “taxis” da cidade (no Brasil, entenda-se lotação em carros comuns). Estou começando a assumir, novamente, a minha personalidade, minha liberdade.

Como é bom, andar livremente, curtir uma praia tranquilamente e começar a formar um rol de amizades de praia, de conhecidos dos conhecidos, de hotel, trabalho etc etc etc.

Ao mesmo tempo, existe um sentimento cada vez maior de solidão, pois sinto que dependo só de mim; aqui, a evidência de que não há nada nem ninguém para me apoiar, que eu dependo e vivo a partir dos reflexos dos meus atos.

Cada ato passa a ser grandioso, pois comportamentos são avaliados e vistos, riscos, adrenalina e tesão, tesão de viver e lutar.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Surpresas da Vida


Muitas coisas nos acontecem para cada vez termos ciência do quanto a vida é subjetiva em todos os sentidos.

Como eu havia citado no texto anterior, ficamos chocados com o comportamento das mulheres que se encontravam na rua a vender frutas; por outro lado, no domingo, nosso caro amigo Domingos proporcionou uma surpresa agradável, nos levou a festa de noivado de sua cunhada.

Que família simpática, agradável e alegre; nos recebeu de uma tal forma que pela primeira vez em Angola, me senti em casa. Só devo agradecer a esta família por ter aberto as portas de sua casa para nós, estrangeiros.

Momentos de descontração, alegria, dança, música, boa comida, enfim, mais uma experência gratificante, neste país cheio de contrates.

Nossos povos tem muito em comum, tanto na pobreza como na riqueza, tanto na alegria como na tristeza como um pacto de casamento entre irmãos.

sábado, 17 de maio de 2008

Semana


Esta semana foi muito especial para mim, pois tomei consciência de uma série de atos meus, bem como vivi situações inusitadas.

Vou falar das situações inusitadas, pois meus atos são um trabalho interno de conscientização, bem como amadurecimento pessoal e dentro de um contexto de um país estranho, de uma vida singular.

Advinhem quem conheci no final de semana passada???? Para mim, foi excepcional, pois se trata de um ídolo, que convivo com esta figura a muitos anos, um jornalista conceituado, que se encontra em Angola, acompanhando o processo eleitoral, Sr. Carlos Monforte, da Plin-Plin. E posso dizer que só veio a corroborar o que eu achava dele, uma pessoa carismática, gentil e educada.

Pois, o grupo se aproximou e em nenhum momento houve algum comportamento ou movimento indelicado por parte dele. Sem contar, que posso dizer que eu, sim eu, dei dicas de turismo a ele. Me senti chique demais !!!!!

Almoçamos na mesa ao lado da dele e provavelmente de sua equipe, num lugar chamado Coconuts, muito gostoso, que já virou um "point" da equipe. Neste dia comi uns camarões de fazer inveja, em breve, vou disponibilizar as fotos rsss

Ontem, já vivi uma outra situação, bem diferente da anterior, pois até o momento não havia sentido, aqui, em Luanda uma sensação de medo no seu sentido mais amplo. E tudo isso, por algumas razões:
  • Olhar para as pessoas e para a situação, como se elas fossem diferentes, sendo que aqui, quem é o estranho no ninho sou eu, a diferente sou eu.
  • Tomar determinadas atitudes que aos meus olhos são normais, sem pensar nas consequências, como o mero fato de tirar uma foto sem o consentimento alheio.
  • E por último, o contexto de toda uma situação econômica que esta população já viveu e ainda está vivendo.

As maiores lições que aprendemos não são aquelas que assistimos em salas de aulas e sim aquelas que a vida nos mostra e nos faz viver. desde que estivermos pré-dispostos a encará-las de frente.

Volto a dizer, aqui, em termos de conhecimento pessoal, de conscientização é uma escola fantástica, que nos leva cada vez mais a aprender com o sêr humano e a nós lidarmos com as nossas atitudes e as consequências de cada ato.

sábado, 10 de maio de 2008

Experiências


A muito quero escrever, mas o tempo tem sido pouco, muito pouco.

Em 03/05/08 fizemos um passeio longo, mas bonito. Fomos conhecer Barra do Kwanza, ou seja, a Ponte que atravessa o Rio Kwanza, o maior rio exclusivamente angolano que desagua no Oceano Atlântico, bem ao sul de Luanda.

Outra curiosidade, a moeda corrente de Angola é KWANZA, e leva este nome em função do rio.

Digo a todos que queiram conhecer Angola, que esta viagem à Barra do Kwanza é imperdível, pois viajamos horas em meio de savanas africanas, com uma vegetação típica da região. Vejam as fotos, é muito mais lindo ao vivo.

Após ultrapassarmos o rio, fomos conhecer Cabo Ledo, um lugar paradisíaco, pois existem alguns pequenos resorts, bem rústicos, a beira mar.

Lá foi nos servido lagosta grelhada, um manjar dos deuses e garoupa, um peixe que parecia ser saboroso, pois não experimentei.

Peço a vocês que agora usem um pouquinho de suas imaginações e pensem num restaurante rústico, a beira mar, cercado por coqueiros, com uma brisa quente, saboreando uma lagosta deliciosa. Não é paradisíaco?????

Outro ponto interessante desta viagem foi o Miradouro da Lua, pois, ao mesmo tempo que, visualizamos as praias ao sul de Luanda, temos uma imagem formada por falésias íngrimes. M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O.

Ao longo da estrada nos deparamos com uma série de figuras fortes, frondosas e exóticas, o IMBONDEIRO, uma árvore típica da região, cujo fruto é a MUCUÁ, de sabor acre, meio azeda, com muita polpa. Contam que nas regiões mais pobres, este fruto é servido às crianças famintas, pois dissolvido a água ou ao leite forma uma papa (mingau) que serve como alimento básico.

Curiosidade: paramos numa tribo que vendia essa fruta e comecei tirar uma série de fotos, pois quem me conhece sabe que adoro registrar tudo em todos os momentos, e daí tive que respeitar as crenças da região, pois a senhora que estava vendendo a beira da estrada solicitou naquele momento que eu não fizesse isso, pois eu iria levar as almas deles e isso provocava muito medo.

Gente !!!!! Cada vez mais, agradeço a Deus por esta oportunidade, pois esta riqueza de culturas, crenças só nos faz crescer para a vida.

Espero ter passado um pouquinho das experiências vividas.

Curiosidade: Vocês verão abaixo uma foto de um Musseque, explico-lhes o que significa a seguir; a palavra é originária do dialeto kimbundo (um seke), com o seguinte significado: areia vermelha.
O musseque é fechado em si mesmo, com um complexo de ruas pequenas com a largura de um homem, corredores, casas de zinco, madeira, papelão e as de mais posses blocos de concreto.
É o espaço destinado às pessoas marginalizadas, comparável as favelas brasileiras.